Os profissionais que trabalham como coaches no Brasil estão otimistas e têm planos para o crescimento da profissão. Dentro dos próximos 12 meses, 55% pretendem consolidar o número de serviços que já oferecem, 54% pretendem aumentar a taxa média de cobrança por coaching/hora, 46% desejam alcançar mais qualificações e 41% planejam aumentar o escopo de serviços oferecidos.
Além do mais, a maioria dos praticantes de coaching (56%) discordou que a IA é apenas mais uma tendência passageira. Os treinadores reconhecem claramente o surgimento da IA como uma nova tecnologia importante. Os números são do 2023 ICF Global Coaching Study, da International Coaching Federation, e foram divulgados pela ICF Brasil.
As entrevistas, realizadas entre outubro e dezembro de 2022, mostram números positivos sobre as perspectivas de futuro para a profissão: 42% se consideram muito confiantes no crescimento do coaching nos próximos 3 e 5 anos, enquanto 30% estão um tanto confiantes e 20% são extremamente confiantes. O cenário pós-pandêmico também inspira otimismo: 54% acreditam que a pandemia trouxe mudanças positivas para o coaching.
Dados sobre a formação educacional dos coaches dão conta que 29% têm nível superior, com bacharelado e 70% possuem diplomas de pós-graduação ou mais avançados. 45% deles contam com 5 a 10 anos de experiência, 37% somam mais de 10 anos, 10% têm entre 3 e 4 anos, seguidos de 7% com 1 a 2 anos. As principais áreas de atuação são: nível executivo (35%), liderança (25%), desenvolvimento de carreiras (18%).
“Para o crescimento da profissão no nosso País, é fundamental que o profissional tenha uma formação de qualidade (ou acreditada), obtenha uma credencial e adquira as competências essenciais de um coach, com um forte compromisso com a ética”, comenta a presidente da ICF Brasil, Camila Bonavito. Segundo ele, isso está amparado em parte das respostas consolidadas no estudo: 40% das pessoas que usam coaching esperam que seus coaches sejam certificados ou credenciados. Enquanto 30% concordam plenamente com a máxima.
A pesquisa mundial da ICF é realizada pela PwC. Esta é a quinta edição do estudo, que também foi realizado em 2020, 2016, 2012 e 2007. O levantamento conta com quase 15 mil respostas, em 157 países. O objetivo é permitir à International Coaching Federation continuar implementando melhorias e ofertar dados atuais aos profissionais que atuam na área.
América Latina e Caribe
De acordo com o ICF Global 2023, o contingente de profissionais de coaching na América Latina, Central e Caribe representam 8% de coaches na média global. No período analisado, a receita anual total foi de US$ 332 milhões e a média por profissional chegou a US$ 22.900. Já a média cobrada por hora/sessão foi de US$ 114. O estudo revelou que 64% dos entrevistados são do gênero feminino, 36% masculino e a maioria é Baby Boomer (45%), seguidos da Geração X (44%), Millennials (9%) e Geração Silenciosa (apenas 2%).
Números globais
Sobre o público respondente, 77% são membros da ICF e 13% são não membros, mas profissionais do coaching. Ao tratar dos principais indicadores sobre a profissão: apesar da pandemia e do cenário pós-pandêmico, a profissão continuou crescendo. Em 2022, o número de profissionais ultrapassou a marca de 100 mil, representando aumento de 54% em relação à estimativa global de 2019.
O número cresceu em todas as regiões, principalmente nas áreas emergentes da Ásia (+86%); Oriente Médio e África (+74%) e Europa Oriental (+59%). Na América Latina e Caribe, o aumento foi de 54%, em linha com a média global. Já na Oceania, o índice é de 42%, Europa Ocidental é de 51% e América do Norte de 47%. Já 91% disseram ter clientes ativos, o que representa também um aumento de 55% comparados ao índice anterior (2019).
Sobre a receita anual, o trabalho de coaching gerou receita anual de US$ 4.5 bilhões, o que representou aumento de 60% em relação ao ano de 2019. Esse aumento deve-se, principalmente, ao incremento de 55% de praticantes do coaching. A média global da receita é US$ 52.800. Na América Latina, de US$ 22.900. A taxa média geral por sessão/hora foi de US$ 244, enquanto, na América Latina, o valor é de US$ 144.
O uso da tecnologia
Em relação ao papel da tecnologia na profissão a pesquisa apresenta dados a partir de dois tópicos discutidos: a inteligência artificial (IA) e o uso das plataformas digitais de coaching. Para 64% dos coaches as plataformas digitais são boas para o trabalho. Ainda existe um amplo consenso entre os profissionais de que podem facilitar e melhorar o acesso ao coaching, tanto para pessoas em todo o mundo (84%) quanto para indivíduos/funcionários em organizações (82%). Embora haja um reconhecimento do potencial, 69% concordam que as plataformas digitais de coaching devem ser regulamentadas para garantir a segurança dos profissionais.
Segundo o ICF Global 2023, 66% dos profissionais acreditam que os benefícios da IA para o coaching ainda não foram estabelecidos, no entanto 46% acreditam que a IA tornará mais fácil administrar seu negócio e ainda será a próxima inovação disruptiva no coaching. As opiniões dos treinadores sobre o papel da IA variam de acordo com a região. Em particular, os praticantes de coaching na Ásia, Europa Oriental, América e Caribe, Oriente Médio e África são mais propensos a ter uma atitude positiva em relação ao surgimento da IA.
Sobre os benefícios esperados com os avanços da IA, 68% dos entrevistados disseram que tem uma expectativa de que a IA impulsione o aprendizado on-line, seguidos por 64% que estão esperando que a IA ajude a automatizar o trabalho para reduzir custos e 60% acreditam que a IA pode ajudar a identificar novos clientes em potencial para seus negócios.
FONTE: DIÁRIO DO COMÉRCIO
https://diariodocomercio.com.br/negocios/coaches-estao-mais-otimistas-e-apostam-na-inteligencia-artificial/