Por Susana Azevedo
(Baseada na apresentação de David Patterson – Dir. Coaching e Desenvolvimento Google)
Como qualquer boa conversa de coaching começamos – e terminamos – esta discussão com várias questões abertas.
A primeira questão é estabelecer o contexto e as premissas chave para esta discussão.
- As coisas mudam mais rápido do que nunca antes na história da humanidade
- Os líderes têm que aprender mais rápido e melhor
- As organizações têm que se adaptar mais rápido
- Diferentes tipos de coisas mudam, de formas diferentes, ao mesmo tempo
- Os líderes têm que aprender diferentes tipos de coisas mais rápido, de formas diferentes, ao mesmo tempo
- As organizações têm que se adaptar e inovar de formas novas e mais rápido
- Como navegar e prosperar em face a:
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A partir desse contexto o que já podemos identificar no horizonte para o coaching?
No curto prazo temos uma complexidade louca e mudanças em cascata que criam uma demanda gigantesca e uma Era de Ouro para o Coaching.
No longo prazo vemos uma Disruuupçããão Raaadicaaal! Não existe um único futuro, mas vários futuros possíveis.
Como fazer coaching exponencialmente melhor para trazer mais valor para coaches, coachees, líderes, organizações e para o mundo?
Comecemos imaginando o mundo fantástico, irresistível, excitante e transformacional do coaching!!! Um mundo de possibilidades, como nós, coaches, gostamos!
Só que para prosperar necessitamos evoluir, mais rápido que o passo acelerado dessa mesma mudança.
Isso exige de nós um novo paradigma e perspectiva, não chega trabalhar mais arduamente ou correr mais rápido.
Se nós mesmos não nos questionarmos continuamente e avançarmos também com a nossa prática, como podemos continuar efetivos e ser modelos estimulantes de desenvolvimento transformacional para os nossos clientes?
Precisamos neste momento começar a pensar no que vai nos disruptar, o que pode vir a influenciar a forma como trabalhamos.
Fazendo um pouco de brainstorming podemos identificar alguns dos principais vetores de disrupção para o coaching:
- Mais coaches e com abordagens alternativas: comoditização, coaching interno, coaching em outros papeis (RH, amigos, pares, chefias);
- Mercado de trabalho mais competitivo: modelos exclusivos de coaching, associações de classe, certificações em competição;
- Tantos coaches confortáveis, felizes e complacentes, que adoram o que fazem, que adoram fazer coaching a pessoas espertas e motivadas, “os melhores clientes”;
- Natureza da própria liderança em mudança:VUCA (Volatilidade, Incerteza e Imprevisibilidade, Complexidade, Ambiguidade), gestão da atenção e presença, natureza do trabalho e relações contratuais, mudança nas organizações;
- Aprendizagem auto-direcionada: líderes aprendem a aprender sozinhos, recursos, ferramentas e apps instantaneamente disponíveis, agilidade de aprender, auto-reflexão, feedback em tempo real;
- Tecnologia: RV/RA, IA/robots, “remédios” para performance, dispositivos “vestíveis”, monitoramento fisiológico, apps e ferramentas de aprendizagem, gaming.
Para apoiar a dar conta destas questões, o Dr. Patterson propõe um modelo.
Os 7 passos para a frente (7 Steps Forward Ò)
- Ficar na frente do mercado
- Seriedade e profissionalismo verdadeiro
- Cultivar real conhecimento e expertise na arte, ciência e mecanismos para acelerar o desenvolvimento
- Transformar o desenvolvimento transformacional
- Abraçar e alavancar o poder das tecnologias emergentes
- Ser exemplo de inovação e adaptabilidade
- ____ _ ___ _____ ______! _____ __!
- Ficar na frente do mercado
O primeiro ponto é como podemos explorar rotas diferentes para o coaching.
Aparecem algumas possibilidades:
-
- Melhorar as soluções para as necessidades atuais;
- Apoiar os desafios mais duros dos clientes: complexidade, ambiguidade, velocidade;
- Trabalhar com uma diversidade maior de clientes, mercados, necessidades;
- Entender melhor que os executivos como a liderança está mudando;
- Pesquisar o que realmente contribui para a performance, eficácia e eficiência;
- Apoiar os clientes a construir e liderar organizações mais robustas e viáveis.
- Apoiar os líderes a serem líderes mais efetivos daqui a 20 anos, a plantar as sementes para o futuro, não só pensar no curto prazo.
É importante dedicar algum tempo a pensar nessas e outras possibilidades, pois a liderança é mais crítica quando a direção e decisões não são claras, tal como atualmente. O que hoje podemos perceber nas nossas conversas com os nossos clientes são padrões recorrentes por todo o tipo de atividade e nível hierárquico. Fica claro como o termo VUCA surgiu dos cenários de guerra:
- Diferentes perspectivas e necessidades
- Diferentes interesses e agendas escondidas
- Desacordo e conflito
- Confusão, medo e ansiedade
- Seriedade e profissionalismo verdadeiro
O segundo ponto é realmente colocar o cliente na frente e promover a sua independência e autonomia: ensiná-los a aprender sozinhos, tal como líderes nas organizações fazem com as suas equipes.
Por outro lado focar em educar o mercado e os consumidores pode apoiar a criar e abrir espaço para o coaching sério e ético.
Por fim, sendo este talvez seja o mais crítico, é importante investir no nosso próprio desenvolvimento.
De que formas podemos fazê-lo?
Como desenvolver formas que o processo de coaching seja mais rápido, mais curto, melhor, mais barato, mais recompensador, entre outros, é um desafio, que pode ser abraçado se nós coaches assumirmos:
- Uma atitude de experimentação e inovação e testarmos limites dos modelos, competências e paradigmas do coaching, aceitando os riscos dessa experimentação;
- Maior humildade sobre a nossa contribuição.
Para desenvolver essa maturidade no coaching, de aprender a aprender também, não apenas nos nossos coachees, precisamos ir além:
- Procurar se expor a diferentes filosofias e perspectivas de coaching;
- Tentar novas ideias, junto com os clientes como parceiros de aprendizagem;
- Promover a reflexão individual e coletiva com clientes e colegas sobre o funcionamento das ferramentas e metodologias;
- Buscar honestidade sobre as reais motivações para aprender e como e porque escolhemos certas áreas para nos desenvolver e não outras.
- Cultivar real conhecimento e expertise na arte, ciência e mecanismos para acelerar o desenvolvimento
Como agentes de aceleração do desenvolvimento dos nossos clientes e suas organizações precisamos explorar e compartilhar conhecimento em várias áreas afins.
Dentro da psicologia dos comportamentos humanos devemos buscar e promover pesquisas de coaching e outros formatos de aprendizagem.
Devemos promover insights entre as comunidades, que podem co-criar e se inter-apoiar, através de por exemplo
- Analisar sistematicamente colegas ou processos, com e sem sucesso;
- Se comparar com o melhor e o pior líder que conhecemos e até se questionar o que tem em comum com cada um deles
- Transformar o desenvolvimento transformacional
Este é um dos maiores desafios: como desenvolver melhores ferramentas, técnicas e modelos para acelerar o desenvolvimento de maturidade e lidar com complexidade cognitiva e emocional.
O caminho é Pense Maior e Mais Longe de formas diferentes:
– Mais abrangente e mais afastado;
– Longo Prazo;
– Conexões, contexto e interdependências;
– Polaridades, dilemas e paradoxos;
– Expansivo: positividade e otimismo.
O convite é de se engajar ativamente e intencionalmente com o DNA do VUCA:
D – Diversidade
N – Novidade
A – Adversidade
Isso implica uma constante Curiosidade e Humildade.
Também convida à “Meta-reflexão” – vendo o todo, olhando a Humanidade, facilitando intencionalmente a conexão e senso de comunidade.
- Abraçar e alavancar o poder das tecnologias emergentes
Não podemos virar as costas à tecnologia. Devemos nos perguntar o que a tecnologia, dispositivos e apps fazem melhor e mais barato que coaches. E aí experimentar e alavancar o que funciona.
Temos que parar de tentar competir com a tecnologia.
Temos que focar no que os humanos fazem melhor.
A nossa Presença, Conexão, Emoções, Criatividade e Humanidade nos distinguem.
Temos que otimizar e experimentar mais esse intangível.
E aí nos permitimos questionar como podemos fazer o nosso trabalho ter mais ressonância com o apoio da tecnologia?
- Ser exemplo de inovação e adaptabilidade
Precisamos nos comprometer com a reinvenção ou rápido seguimento, nos expondo a novas ideias e experiências.
Experimentemos ir além da nossa zona de conforto e nos permitir sub-otimizar a nossa performance atual para criar espaço para desenvolver nossas capacidades para performance futura e agilidade.
Nesse contexto é importante internamente refletir e escolher intencionalmente quem cada um de nós é e como vai comparecer.
- Crie o seu próprio caminho! Comece já!
No curto prazo temos uma demanda aumentada – A Era de Ouro do coaching.
A disrupção radical do longo prazo exige novos paradigmas e modelos mentais.
Para prosperar, coaches necessitam evoluir e não serem complacentes.
Fique na frente de acelerar o passo da mudança, liderando autenticamente, de dentro!
Susana Azevedo
Coach Executiva, Palestrante, Treinadora e Facilitadora Internacional e CEO da ns2a-Desenvolvimento Humano